O Instituto de Terras do Piauí (Interpi) encerrou, nesta quarta-feira (3), o I Congresso Científico do Interpi (Cinterpi) com a solenidade de entrega do Prêmio Piauí Terra Querida – Edição 2025. A honraria foi criada para homenagear personalidades e servidores cuja atuação foi decisiva para a consolidação da regularização fundiária e para a democratização do acesso à propriedade rural no Piauí.
A premiação integra as comemorações pelos 45 anos do Interpi, celebrados ao longo de 2025 por meio de eventos, entregas expressivas de títulos e ações que reforçaram o papel protagonista do órgão.

Entre os homenageados, o primeiro a receber o reconhecimento foi Jailson Cavalcante Barros, que liderou o órgão em sua fase inicial. À época, o cargo máximo do Instituto tinha a nomenclatura de presidente, função equivalente ao atual diretor-geral. Jailson foi o gestor mais longevo da história do Interpi, atuando de 1980 a 1987, ao longo de três governos. Aos 84 anos, emocionou o público ao relembrar a construção inicial do Instituto.
“No tempo da criação, nós fizemos um trabalho extraordinário, sério, sem o apoio da tecnologia como existe hoje. Hoje não é feito mais daquela forma, mas foi importante para o Piauí. Estou muito feliz pela realização deste congresso. Eu estaria em Brasília, adiei minha ida somente para estar aqui. Quero parabenizar não só o diretor-geral, mas o órgão como um todo. Tive a oportunidade de encontrar colegas que trabalharam comigo quando fui presidente e, para mim, é uma satisfação muito grande. São eles que ajudam a fazer o Interpi”, relata Jailson Barros.

Também foram homenageados gestores que marcaram períodos fundamentais da trajetória institucional. O ex-diretor-geral Francisco Lucas Costa Veloso (2019–2022) foi reconhecido pela modernização administrativa, pela implantação de novos marcos legais e pela ampliação da segurança jurídica das ações do órgão. O atual diretor-geral, Rodrigo Cavalcante, recebeu o prêmio por conduzir o período de maior número de titulações de territórios quilombolas da história do Interpi, com avanços inéditos na democratização do acesso à terra legal. O procurador-geral do órgão, Fagner José Santos, também foi homenageado pela atuação jurídica técnica e qualificada, fundamental para consolidar segurança institucional, fortalecer a política fundiária e sustentar juridicamente as ações do Instituto.
O diretor-geral Rodrigo Cavalcante destacou o simbolismo da premiação. “Este prêmio é um gesto de gratidão e justiça. O Interpi chegou aos 45 anos com resultados concretos, reconhecidos no estado e no país, porque muitas pessoas dedicaram suas vidas a esta instituição. Celebramos hoje gestores, dirigentes e servidores que sustentaram o passado e nos permitem construir um futuro ainda mais sólido para a regularização fundiária no Piauí.”

A segunda parte da premiação celebrou os servidores admitidos ainda na década de 1980, cuja dedicação contínua, preservação da memória institucional e compromisso com o serviço público foram fundamentais para o funcionamento do Interpi ao longo de mais de quatro décadas. As datas listadas correspondem às datas de admissão desses servidores no Instituto. Foram homenageados: Maria Luiza Rodrigues da Silva (admitida em 04/05/1981), Maria Raimunda de Carvalho Rocha (16/04/1982), Edvaldo Henrique Ferreira Soares (01/09/1983), Francisco das Chagas Marciano de Araújo (01/05/1983), Clarecinda de Araújo Moura Jesuíno Teixeira (01/08/1984), Ivonete de Melo Lemos (01/04/1985), Raimundo Nonato Sobrinho Júnior (16/04/1986), José Eutímio Alves Neto (23/03/1987), Maria do Carmo Sudário (02/05/1987), Francisca Rosilene Lopes Nascimento (01/06/1987), Samuel Alves dos Santos Filho (01/07/1987), Patrícia Amália Castro Araújo (02/05/1987), Raimundo Nonato Ferreira Filho (10/11/1987) e Francisca Maria Noleto Batista Ramos (28/06/1988).

A entrega do prêmio encerrou de forma simbólica um ano histórico para o Interpi, que em 2025 completou 45 anos com conquistas marcantes, entre elas: a realização do II Encontro Nacional de Órgãos de Terras, que reuniu representantes de 20 estados; a entrega de títulos para grandes comunidades rurais, como Macambira, em Batalha – uma das maiores da América Latina; e a marca de 50 comunidades tradicionais tituladas, sendo 35 apenas nos anos da gestão Rafael Fonteles e Rodrigo Cavalcante. Durante o evento, uma exposição com a linha do tempo histórica exibiu fatos, imagens e marcos institucionais que narram as quatro décadas e meia de atuação do órgão.
O encerramento do I Cinterpi com a entrega do Prêmio Piauí Terra Querida – Edição 2025 não apenas concluiu a programação do congresso, mas celebrou uma trajetória institucional sólida, construída por diferentes gerações e continuamente renovada por servidores, gestores e parceiros que transformam a realidade fundiária do Piauí.


